Pai, foste cavaleiro.
Hoje a vigília é nossa.
Dá-nos o exemplo inteiro
E a tua inteira força!
Dá, contra a hora em que, errada,
Novos infiéis vençam,
A bênção como espada,
A espada como bênção!
Crónicas de Repúdio
Crónicas de Repúdio
Sobre estas crónicas,
improvisadas e caóticas,
tive dúvidas quanto ao nome, poderia ter sido:
o energúmeno xerife de Nottinghan e seus esbirros…,
mas para já optei pelo título
“O rei vai nu”,
lembram-se da fábula?
Um dia torno a contá-la.
Esta é a minha pequeníssima contribuição,
mas já é alguma, para o
movimento de indignação nacional.
improvisadas e caóticas,
tive dúvidas quanto ao nome, poderia ter sido:
o energúmeno xerife de Nottinghan e seus esbirros…,
mas para já optei pelo título
“O rei vai nu”,
lembram-se da fábula?
Um dia torno a contá-la.
Esta é a minha pequeníssima contribuição,
mas já é alguma, para o
movimento de indignação nacional.
Martin Luther King
“O que mais preocupa
não é o grito dos violentos,
nem dos corruptos,
nem dos desonestos,
nem dos sem-carácter,
nem dos sem-ética.
O que mais preocupa
é o silêncio dos bons!"
não é o grito dos violentos,
nem dos corruptos,
nem dos desonestos,
nem dos sem-carácter,
nem dos sem-ética.
O que mais preocupa
é o silêncio dos bons!"
Edmund Burke
"Tudo o que é necessário
para o triunfo do mal,
é que os homens de bem
nada façam."
para o triunfo do mal,
é que os homens de bem
nada façam."
Seneca
Se um homem não sabe
a que porto se dirige,
nenhum vento lhe será favorável.
a que porto se dirige,
nenhum vento lhe será favorável.
Do Autor
A grandeza de uma civilização
mede-se pela grandeza
dos valores que defende.
mede-se pela grandeza
dos valores que defende.
Do Autor
Os governantes impor-se-ão,
pelo serviço e não pelo poder,
pela confiança e não pelo medo,
pelo cumprimento e não pela promessa,
pelos actos e não pelas palavras,
pela verdade e não pela mentira.
pelo serviço e não pelo poder,
pela confiança e não pelo medo,
pelo cumprimento e não pela promessa,
pelos actos e não pelas palavras,
pela verdade e não pela mentira.
Sobre a Crítica
A crítica com fundamento é um direito, sempre que em defesa legítima de interesses próprios igualmente legítimos, sejam materiais ou morais, e um dever, um dever para o cidadão preocupado, um favor aos homens, sobretudo aos inteligentes e de boas intenções, e por ter fundamento é já de si construtiva, anima-a a esperança de contribuir para a correcção e reparação do que está mal, do que foi mal feito e para a mudança dos comportamentos futuros.Mas a crítica com fundamento ou construtiva não tem que dar a solução acabada, substituindo-se à responsabilidade do autor, tem sim que apontar o mal e fazer com que esse mesmo autor pense «o que é que tenho que emendar». A descoberta da solução, do modo de fazer, ele que se esforce, que seja da sua criação e engenho, que investigue, que estude, que se prepare! Por isso as Crónicas de Repúdio denunciam com causa provada, isto é, criticam com fundamento, mas não ensinam o governante a governar. Se a crítica é meu dever, governar é o seu.Assim devia ser, porém, e para mal dos meus pecados, não chega, sou forçado a ir mais longe e para além de repudiar tenho também que apontar o caminho e prescrever a solução. Passam então as minhas crónicas a acabar numa coisa a que dei o nome de medida, é o receituário, geral e não técnico, o que já seria um despropósito considerando o âmbito dos presentes comentários e a magreza que lhes impus. São linhas de orientação politicamente incorrectas, escandalosas, completamente fora do sistema e da sua cultura de quadrado. E como poderia ser de outra maneira?
Sobre a Prova
Quanto à prova que escora o argumento o seu tempo já lá vai, há muito passado, já não estamos na fase de ter que apresentar o caso, demonstrar o erro e desenvolver a tese, tudo hoje é demasiado evidente, visível e palpável, já ninguém, mesmo que insista teimosamente em permanecer na cegueira, consegue evitar o título do jornal ou a frase da televisão e isto todos os dias e sem interrupção. Mesmo que corra de ouvidos tapados e olhos vendados já não é possível evitar os confrontos com o erro, a mentira e a corrupção, apesar da tremenda cosmética maquiavelicamente orquestrada que nos toma por parvos.
A verdade rompe, sem controlo, por todos os lados, não é preciso fazer nenhuma lista porque seria interminável, como disse, já passou a necessidade e oportunidade da prova, seria a mesma coisa que andar a perder tempo a convencer as pessoas de que o céu é azul, quando ele já é azul.
A verdade rompe, sem controlo, por todos os lados, não é preciso fazer nenhuma lista porque seria interminável, como disse, já passou a necessidade e oportunidade da prova, seria a mesma coisa que andar a perder tempo a convencer as pessoas de que o céu é azul, quando ele já é azul.
Sobre o Reconhecimento
Agradecimento a todos em que fiz eco, que me escrevem, uns em larga prosa, outros em sincopados e-mails, ou que me falam, cumprimentam-me, de olhar e aperto de mão que tudo dizem, sabendo todos, uns e outros, do que falo, e comigo estão na mesma indignação.Noutro dia ouvi uma conversa entre dois, em que um dizia ao outro: «tu és muito dramático, vês as coisas muito negras» ao que o outro respondeu: «só as vemos negras quando acontecem a nós». E é bem verdade, aquilo que não nos toca não nos pesa, mas quando nos cai, soterra-nos. Por isso lá diz o povo que é preciso sentir na carne para perceber. Até lá vamos vivendo, digo, sobrevivendo, porque a indiferença e o amorfismo não são vida.Esta solidariedade espontânea que senti, por um lado é boa, sinto-me acompanhado, reconfortado, confirmo que não estou tonto ou alucinado, mas por outro lado tenho pena, pena que o país, o regime e o governo tenham chegado a este ponto, pena que sejamos solidários num caso de tão grande infelicidade.