sábado, 2 de fevereiro de 2008

02.O energúmeno xerife de Nottingham e seus esbirros...

Voltando a esta frase da crónica anterior, explico-me: na demora de D. Sebastião, sempre relembrado em épocas de crise e que constitui magnífico arquétipo desse virtuoso por aparecer, que muito mais não pode tardar, vindo de espada erguida encabeçar o movimento de regeneração nacional, sonho com Robin dos Bosques, que recuperava dos ricos o que era dos pobres.

A Inglaterra era então governada por um falso rei, o príncipe João (primeiro paralelo com a nossa história e a nossa crise, porque falso é aquele que em democracia não interpreta nem defende os interesses do povo) representado no Condado de Nottingham por um xerife execrável (segundo paralelo, porque execráveis são todas as instituições e funcionários públicos – louvadas as excepções – que em vez de servir os cidadãos se servem dos cidadãos, em vez de praticar o bem público, engrossam o mal público).

Ambos, João e o xerife, ficaram com o estigma histórico de espoliarem com os seus impostos a população do condado (terceiro paralelo, porque à ilusão de um Estado de Direito sucedeu o pesadelo de um estado fiscal).

Robin aparece então como o salvador do povo, defendendo-o da prepotência, petulância e injustiças, era mais fácil dizer, roubo, do xerife de Nottingham, lutando também por devolver o trono ao rei Ricardo (quarto paralelo, neste caso ainda por realizar e que muito mais não pode tardar, pois anuncia-se a vinda messiânica de um salvador que acabe com as falcatruas e as incompetências e devolva o poder ao seu legítimo rei, o povo!